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37º Encontro Maranhense de Assistentes Sociais celebra a profissão no Brasil
8 de junho de 2016
ASCOM CRESS/MA

O 37° Encontro Maranhense de Assistentes Sociais reuniu quase 300 profissionais e estudantes para comemorar oito décadas do Serviço Social no Brasil. O encontro aconteceu no período de 18 a 20 de maio, na Universidade Federal do Maranhão, na cidade de São Luís.

Com o tema “80 Anos de Serviço Social no Brasil: Função histórica na relação com os projetos societários “, a programação iniciou na manhã do dia 18 de maio, com a conferência de abertura ministrada pela Prof.ª Dr.ª Joaquina Barata Teixeira. Ainda no primeiro dia do evento, as professoras doutoras Ilse Gomes e Zulene Barbos palestraram sobre os Projetos Societários em disputa no Brasil e no Maranhão.

A partir do segundo dia do evento, foram iniciadas as palestras temáticas que abordaram: a trajetória das/os Assistentes Sociais na construção dos direitos sociais e humanos; a política de saúde na atualidade e seus rebatimentos no trabalho profissional da/o Assistente Social e; os movimentos sociais no campo e na cidade. Além das plenárias, o segundo dia do evento contou com a conferência sobre a formação profissional nos 80 anos do Serviço Social brasileiro, com as professoras doutoras Daniela Neves (CFESS), Cristiana Costa Lima (CRESS/MA), Selma de Oliveira Brandão (ABEPSS) e o estudante George Costa (ENESSO).

No terceiro e último dia do evento, as plenárias abordaram temas como: Gênero, raça/etnia e o Serviço Social; as perspectivas e experiências do assistente social no sócio–jurídico; a questão urbana, meio ambiente e Serviço Social. Para encerrar as palestras, a Prof.ª Dr.ª Maria Eunice Pereira Damasceno ministrou sobre o SUAS e projeto ético-político profissional do Serviço Social.

DISCURSOS REFORÇAM DEFESA DA DEMOCRACIA

Joaquina Barata Teixeira, logo na palestra de abertura, falou sobre o Serviço Social e a democracia no Brasil. Ao longo do evento, os demais palestrantes também falaram sobre o momento da política brasileira.

Sob a perspectiva do fortalecimento da direita, a palestrante Joaquina Barata Teixeira, reforçou que mesmo a direita articulada não dar importância a resultados eleitorais, só deseja golpes. Para ela “devemos prosseguir, unidas e unidos, em nossa jornada de defesa dos direitos sociais, de nosso projeto ético-político e de uma nova sociedade, sem guerras, sem dominação de classe. Superemos esta sociedade onde a maioria ganha o pão com suor do seu rosto, mas uma minoria consome o caviar e a lagosta sem suor nenhum”, ressaltou.

Sobre a onda conservadora presente no país, Daniela Neves, Conselheira Fiscal do CFESS, reforçou que o brasileiro sempre teve uma formação onde as elites e a classe dominante fizeram questão de deixar os setores populares e as classes trabalhadoras à parte do processo político e do processo de poder do país. “O que na atualidade tem se chamado de onda conservadora, tem a ver com um movimento que acontece numa condição global de uma grande reação capitalista no sentido de dominar corações e mentes de trabalhadores para que possa desmobilizá-los. Essa atualização reacionária e conservadora ela é sim a expressão de uma ofensiva do capitalismo em diversos âmbitos, inclusive ideopolítico. Dessa forma a onda conservadora, é a ideologia do capital disputada e construída entre a classe trabalhadora. É uma ideologia que trata o capital como se fosse a única forma de pensar, essa é a grande questão“, disse.

Diante do quadro político do Brasil a Assistente Social, Denise Albuquerque, participante do evento, ressaltou a importância da categoria em se unir em prol do fortalecimento do projeto ético-político da categoria. “Devemos lutar sempre. Acredito que a gente deve enfrentar essa situação política que é complicada e bastante a diversa fortalecendo o projeto ético-político da categoria e se organizando enquanto classe trabalhadora para lutar contra esse modelo de exploração que está posto no país”, disse.

George Costa, representante da ENESSO, reforçou a importância das lutas sociais para os estudantes e a sociedade como um todo. “Enquanto movimento estudantil nós temos nos organizado nas lutas sociais junto aos outros movimentos, indo de frente com o governo contra demandas que são impostas de forma autoritária. Sabemos que a situação atual da política, caso permaneça, terá um reflexo no futuro precarizando o ensino superior e até mesmo o privatizando”, falou.